Associação dos Sem Carisma #96
Amigo Oculto Sem Carisma
Chegou aquele momento do final do ano: o pessoal da firma decide fazer um amigo oculto — ou secreto, como você preferir. Você tentou escapar pro banheiro na hora da distribuição dos papeizinhos, você deu um endereço de e-mail errado na hora de cadastrar no site de sorteio dos participantes… Mas você não conseguiu escapar. Vai ter que ir pra confraternização e vai ter que comprar um presente para aquela pessoa que mal conhece — ou conhece o bastante para querer distância dela.
Pois aqui vão algumas ideias de presentes sem carisma para que nunca mais te incluam nessa brincadeira. Aproveite!
FERIADO NACIONAL
Ontem, dia 18 de outubro, foi feriado nacional aqui na Associação dos Sem Carisma: a data que marcou os 40 anos de nascimento de nossa fundadora e presidenta Camila Fremder.
Por conta disso, a newsletter de hoje não conta com Conteúdo Original Exclusivo direto da mente de CaFremder Inc. Mas nós, membras honorárias desta associação, preparamos uma homenagem. :)
Como Hit Mãe, Escritora, Influencer Às Avessas e pessoa enigmática da internet, Camila Fremder desperta curiosidade em sua audiência, que parte em busca de informações de cunho íntimo. Então pegamos as pesquisas mais frequentes sobre ela no Google e vamos respondê-las aqui, poupando Camila de ter que repetir as respostas de novo e de novo.
Eu quero a sorte de uma vida tranquila
Por Isabela Reis
Cazuza, só amor não é suficiente! Não basta ter um amor tranquilo e uma vida caótica. Eu quero paz em tudo.
Eu sigo no Instagram algumas donas de casa influenciadoras. Elas postam receitas, limpeza da casa, arrumação, e fazem um monte de publicidade nas redes. Outro dia, uma delas estava viajando para Porto Seguro e postou um story do mar com a seguinte frase: “esse ano foi muito intenso na minha vida. No próximo, vou preferir que não seja”. Definitivamente, é sobre isso! Eu tirei até print. Eu e @coisasdenany na missão de ter uma vida serena.
Ao mesmo tempo em que falo orgulhosamente que quero trabalhar pouco, cada vez menos, a mosca que dorme no meu subconsciente acorda no meu ouvido: “e aquele projeto? Você não tem feito nada de novo. Só tá indo na onda dos outros, precisa criar suas próprias coisas”. Uma parte grande de mim acredita nisso. E argumenta veementemente com a parte que quer sossego. O outro lado responde “porra, Isabela, tá de sacanagem?? Você tem um filho de 11 meses, grava três podcasts semanais, CHEGA, tá de bom tamanho!!”. É um cabo de guerra sem fim.
Eu tento. Bato o pé pra não trabalhar no fim de semana, mas não escapo dos dias úteis tarde da noite. Nego entrega do dia pro dia, porque decido não me descabelar para cumprir a urgência dos outros. Priorizo estar com meu filho e marido no meu tempo livre ao invés de acumular mais trabalhos. Eu tenho certeza que tô equilibrando bem… Até chorar de cansaço num domingo à tarde. A gente vai esticando a corda, esticando a corda…
Postei no Twitter: a meta é dormir enquanto eles trabalham. É poder ir à praia durante a semana. É tirar folga. É desligar o celular. É trabalhar para viver e não viver para trabalhar. É um luxo para poucos, para quase nenhuns. Mas não custa sonhar. A vida só é boa se a gente souber e puder aproveitar. Eu não quero ter só histórias de trabalho para contar. Eu quero acordar e passar um café com calma igual minhas influenciadoras donas de casa fazem. A água quente borbulhando no filtro e o café descendo leeeeentamente. O pão caseiro que cresce na velocidade das leveduras. Estou romantizando a vida alheia, sim, mas com o sonho de viver em outro ritmo, com menos correria e mais contemplação e nenhuma culpa ou angústia sobre isso.
Conseguirei? Veremos. Mais importante que isso: quero tentar.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Como o meu intestino solto me libertou!
Desde pequena eu tenho uma relação muito doida com o meu cocô.
Ok, eu sei que não é todo mundo que curte assuntos escatológicos, mas eu tenho um ponto aqui, hein!
Quando criança eu ia ao banheiro e chorava ao dar descarga. Então a minha mãe me ensinou a dar tchauzinho para o cocô, o que me acalmava bastante.
Fiquei mais velha e uma coisa muito doida aconteceu, rs. Eu comecei a entupir privadas e mais privadas por aí. Era um show de horror e, inicialmente, de vergonha.
Um pouco mais velha, tive uma fissurinha anal (rs) logo após cair em uma festa de ano novo e cortar o c* (até hoje é um mistério como isso foi acontecer), o que me fez ir ao médico junto de quem? Dela, minha BABÃE. Porque já não basta ter que passar por essas vergonhas todas, ainda tem que estar com a mamis junto.
No meio da consulta, enquanto eu levava um belo de um pula pirata, a senhora minha mãe, que não tem papas na língua, perguntou ao doutor se eu era normal por entupir tanto as privadas por aí. Fiquei bem feliz com a pergunta e o momento.
Por fim, o médico disse que eu tinha um formato mais largo que produzia os bebês (kk) em tamanhos maiores.
Aceitei a minha anatomia especial e decidi abraçá-la, e com isso me libertei de uma forma incrível.
O fato de ser desse jeito me tirou a vergonha de ir aos lugares e basicamente de qualquer coisa ou função do meu organismo.
Todos meus amigues ou pessoas que eu venha a conhecer sabem como é que eu sou, porque eu não tenho nem como esconder por muito tempo. Hoje em dia eu logo aviso, dou risada e ajo naturalmente com o que o universo me deu.
Espero que essa história de vida tenha te inspirado a se libertar também, kkk.
Inveja
Por Taize Odelli
Eu estava no recém inaugurado Parque Augusta, aqui em São Paulo — que vem a ser bem de frente para o meu prédio, ou seja, eu tenho um jardim chiquérrimo e bem equipado. Aproveitei que a vida de freela me permite certas liberdades e fui para o parque no meio da tarde ler um pouco.
Recomendo muito morar na frente de um parque. Faz pouco mais de uma semana que ele abriu e mudou totalmente o ar do lugar — por favor, não aumentem meu aluguel. Passo mais tempo com o cachorro na rua, já que lá posso soltar ele no cachorródromo sem preocupação. Piso na grama, olho as árvores, não fico no celular enquanto aproveito o passeio. E posso estender uma manta no chão ou pendurar uma rede para ler, observar o movimento e ouvir as conversas alheias. Ah, o privilégio…
Na tarde em que fui lá ler, assim que estava saindo para finalmente comprar o café que acabou, vi uma menina bem atrás de mim sentada na grama tranquilamente, em posição de lótus, meditando. E não é que o ambiente estava tranquilo pra isso, tinha criança correndo em volta, adolescente falando merda, barulho da rua… E essa guria, que parecia ter uns 10 ou 11 anos, tava lá, toda plena, meditando concentrada.
Me deu uma inveja. Inveja de ela conseguir meditar assim tão jovem, e inveja da concentração que ela aparentava ter. Porque tá difícil me concentrar em qualquer coisa. Na leitura principalmente. Eu interrompi meu livro várias vezes para olhar para os lados, não só por ser fofoqueira, mas para ter uma noção de quem estava à minha volta e não ser pega desprevenida. Ok, algumas vezes foi pra dar oi pros cachorros passando e tentar atrair a atenção deles.
Mas o que me pega mais mesmo é esse constante estado de alerta quando estou em um local público, procurando maneiras de me proteger e traçando rotas de fuga a toda hora. E quando não é isso, é a atenção difusa que não me deixa fazer uma coisa só por vez. É a televisão ligada enquanto trabalho, as mensagens de um freela sendo respondidas enquanto faço outro freela. O fato de eu estar escrevendo esse texto no celular em uma posição bem ruim para meu pescoço enquanto vejo um compilado de memes no YouTube.
E a guria estava lá, tão jovem, concentrada na coisa mais difícil de todas para se concentrar: ela mesma, sua mente e corpo, isolada do som ao redor e de qualquer coisa que pudesse estar acontecendo.
Mas os ruídos são muitos e eles sempre me afetam. Quando crescer, quero ser como ela.
Vem pra dica você também
Dicaize
Essa semana minha mãe está aqui em casa depois da gente ficar sem se ver desde 2019. A saudade era muito e tá ótimo ter ela aqui. E uma das coisas que andamos fazendo nesses dias é ASSISTIR AO CANAL DO CASIMIRO REAGINDO A MANSÕES.
É a união de tudo o que há de bom: comentários maravilhosos de Casimiro e o absurdo das casas que custam milhões. Eu, que achava que a mãe ia gostar de ver as casas, fui surpreendida porque ela tá mais gostando dos comentários do Casimiro do que das casas em si. Minha mãe é uma pessoa zero internet, então foi uma surpresa boa demais.
Então a dica dessa semana é maratonar o Casimiro, vai que dá boa.
Podcasts novinhos para você
No É Nóia Minha? dessa semana teve Lela Brandão e Krishna papeando com a Camila sobre a ditadura do autocuidado. Aliás, ouvir podcast configura autocuidado? Vai lá descobrir!
O Calcinha larga recebeu a maravilhosa Marina Person para falar sobre aquela deprê que bate quando voltamos pra casa depois de uma viagem. E sobre orgânicos. Ouve lá!
E no PPKANSADA a gente (ppkers) conversou TAMBÉM COM LELA BRANDÃO sobre o que fazemos para não enlouquecer. Lela marcou dois gols essa semana, hein? E esse episódio teve apoio da Holistix com uma novidade bem boa. Cola lá pra saber!
Vai ter mais 40 anos
Como desejamos uma vida longa e próspera para nossa chefa, temos em mente que esta associação estará ativa por uns bons 40 anos ainda. E até lá estaremos agradecendo a vocês por assinarem essa news e abraçarem a causa sem carisma.
Enfim, MAIS UMA VEZ, UM GRANDE PARABÉNS, CAMILA!
Desculpa pela referência futebolística.
Beijos festivos,
Da Gente