Associação dos Sem Carisma #97
Por favor, me dá um desconto
Fim de ano é aquela coisa: tá todo mundo cansado, exausto, sem forças para pensar ou fazer aquelas tarefas chatinhas que nos ocuparam durante o ano inteiro. É o período de festas, quando podemos todos, finalmente, descansar por alguns dias e esquecer da vida real. A gente merece esse desconto, né?
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Um sonho de pessoa
Por Camila Fremder
Eu sempre tive muita preguiça quando a pessoa queria me contar o sonho dela. Mesmo se ela tivesse sonhado comigo, era uma tortura ficar ouvindo, sabe? Você acha que o sonho já acabou e ela fala "Não, aí a gente abriu uma porta e tinha uma festa e tava fulano e fulano e não sei mais quem...", e você fica tentando parecer animada dizendo, “nossa que legal, jura que fulano tava?" Eu nunca entendi porque aquilo me irritava até semana passada, quando eu tive dois sonhos.
No primeiro eu entrava num cartório e carimbava um documento. Pronto, só isso. No outro sonho o Arthur entrava no meu quarto e perguntava o que eu estava fazendo e eu respondia que estava dormindo e ele ia embora. Eu não sei se cheguei em um estado de cansaço muito avançado onde o meu inconsciente desistiu de mandar mensagens cifradas, mas ando tendo os sonhos mais banais do mundo, e pra falar a verdade, isso acontece já faz um tempo. Lembrei de um sonho que tive com meu pai, e poxa, meu pai faleceu eu tinha 29 anos, e bem na vez que vou sonhar com ele eu apenas desço a escada do estacionamento do shopping Iguatemi meio com pressa, e em um dos andares ele está parado, a gente se dá tchau e eu continuo descendo.
A minha falta de criatividade pra sonhos é tão absurda que eu acho que fico com raiva quando descubro que tem gente que sonha que tá em um navio que voa, onde tem show da Shakira vestida de freira. Esse foi o último sonho que a Leka me contou...
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Tem dias em que escrever acaba sendo tipo aquelas sessões de terapia onde você achava que não tinha nada a ser dito, e quando vê está fazendo os maiores e melhores insights da vida e acaba até chorando horrores.
Hoje foi um dia difícil de escrever, fiquei olhando para esse documento por muitas horas até conseguir despejar o que tem aqui dentro e transformar em palavras.
E no momento em que deslancha, parece que vem tudo de uma vez em uma enxurrada de letras.
As últimas semanas têm sido bem difíceis para mim, estou mudando de medicação psiquiátrica e isso implica em diversos fatores, fatores esses que ultrapassam o peso que já é a necessidade de se mudar o medicamento.
Questões psíquicas nos fazem questionar várias coisas e repensar a nossa vida. Implicando muitas vezes em mudanças e na tentativa de mudar o famoso mindset (não encontrei uma palavra em português, sorry bitchesss kk zoeira). O que não é nada, nada, nada fácil.
Dessa vez resolvi parar de beber, e me forçar um pouco a fazer as coisas fora de casa, brigando mesmo com o meu sentimento de recolhimento e com o medo também. Quem tem pânico e ansiedade, provavelmente sabe do que eu estou falando. E claro, eu entendo que se recolher é importante, mas existem níveis que são saudáveis e níveis que não são.
E o que é mais doido é que quem nos vê de fora não tem como nem imaginar as nossas batalhas internas. Eu li isso em algum lugar, e essa frase sempre me caiu muito bem, me marcou, porque é a mais pura verdade.
Muita gente me vê de fora e acha que estou ótima, na minha melhor fase, quando na verdade estou enfrentando um leão por dia dentro da minha cabeça.
Eu quis compartilhar hoje com vocês esse relato para saberem e entenderem que muitas vezes a gente parece ser e estar uma coisa, quando na verdade estamos viradas no nosso cabeção.
E também para dizer que a rede de apoio está aqui, e você que está passando por algo do tipo não está sozinhe! :)
Segura em mim mesma
Por Taize Odelli
Nas últimas semanas eu estava lendo Luxúria, de Raven Leilani, livro que vi muita gente por aí elogiando. Realmente, é um romance maravilhoso, com uma narradora incrível, ácida, ferrada na vida e passando por questões de relacionamento que todas nós podemos, em algum lugar, nos enxergar. Eddie, a narradora, tem 23 anos e começa um caso com um homem mais velho, Eric. É um livro sobre uma comedora de casado, então é ÓBVIO que eu iria ler. Risos demais.
Mas não quero falar sobre o livro em si aqui — é para isso que eu tenho um blog —, mas sim sobre uma sensação que tive logo após terminar a leitura. Vou deixar aqui um trecho do que Eddie escreve (pode ser spoiler para alguns, mas não revela nada de muito importante):
"Ele é a coisa mais óbvia que já me aconteceu na vida, e pela cidade toda isso está acontecendo com outras mulheres bobas e despreparadas que se empolgam com homens que só cumpriram o pré-requisito de viver um pouquinho mais da vida, uma coisa que não tem nada de especial e que acontece naturalmente se você continua levantando da cama e escovando os dentes e indo para o trabalho e ignorando o sussurro que te invade à noite e fala que seria mais fácil morrer. Nesse sentido, sem dúvida, um homem mais velho é uma maravilha porque pagou trinta e oito anos de conta de luz e teve intoxicação alimentar e viu os relatórios sobre mudanças climáticas e mesmo assim não se matou, mas de alguma maneira, depois de ser mulher por vinte e três anos depois da torção ovariana e do financiamento estudantil e da novíssima geração de nazistas de camisa social, também eu continuo viva, e na verdade esse é o grande feito."
Não sei vocês, mas eu sou daquelas que vê um cara mais velho, mais "vivido", e já me empolgo achando que um relacionamento com alguém assim será tranquilo e será seguro. A mesma coisa, de certa forma, do que Eddie pensa de Eric. Porque ele está bem estabelecido na vida, com um emprego seguro, uma casa no seu nome, um carro na garagem, tudo no lugar do jeito que deve ser. Alguém que vai abraçar a gente quando algo der errado e nos salvar do caos da realidade. Alguém para nos guiar com sabedoria pela vida adulta. Só que, né, as coisas não são assim.
Primeiramente, se tudo estivesse realmente bem estabelecido na vida desse homem mais velho, ele não estaria atrás de uma amante, como no caso de Eric. Esse fato sozinho já conta como um grande alerta de que não, esse cara não é seguro nem bem resolvido como a gente pensava.
Acho que isso vem de uma noção errada, como sempre, da sociedade de que uma mulher precisa de um homem para cuidar dela, e que sem eles estamos vulneráveis nesse mundo que tanto odeia a gente. Então temos que nos juntar com aquele que nos agride para nos sentirmos seguras. Percebe a contradição disso tudo? Eddie percebe essa contradição. Eu, depois de muito tomar no c*, também percebi essa contradição.
Essa segurança na vida adulta que tanto procuramos deve partir da gente mesma. Sim, clichê, mas é a mais pura verdade. Um homem mais velho não é a salvação da jovem em busca de amor e sucesso — ou de amor OU sucesso, tem quem queira só um ou só outro e eu não tenho nada contra isso. Um homem mais velho pode ser, aliás, um grande erro por sermos condicionadas a pensar que só porque eles nasceram alguns anos antes da gente, são mais sábios e melhores.
Tô falando aqui do meu lugar de hétera, mas acho que vale para todas as relações: ainda procuramos um tipo de segurança que era válido anos atrás, mas que hoje não faz mais muito sentido. Ter casa, carro, família, dinheiro, lancha, ilha deserta não denota sabedoria, bom senso ou bondade. Logo a casa pode cair, o carro capotar, o dinheiro acabar, a lancha naufragar e a ilha deserta ser tomada pelo mar após o derretimento das calotas polares. A gente pode ser trouxa, mas não é burra, e sabe muito bem cuidar de si mesma. Pelo menos eu acho que eu sei, e tô muito bem fazendo isso sem um cara dando pitaco.
Eu tô sobrevivendo ao Brasil de Bolsonaro, sabe? Eu sei o que eu tô fazendo.
Hora das dicas
Bebedicash
Quando estou assim — vide texto acima — eu gosto de ouvir música, e eu tenho escutado muito a "Happy Together", da minha amiga pessoal Brvnks.
Depois me conta se também esquentou o seu coraçãozinho! <3
Dicaize
Minha dica de hoje é uma resposta ao episódio do Nóia porque Camila Fremder disse que NINGUÉM do círculo social dela escuta KPop, e estou aqui para dizer que: EU ESCUTO KPOP.
Red Velvet, Mamamoo, Twice e Blackpink são minhas favoritas quando falamos de bandas, já Hwa Sa, Sunmi e Hyuna são minhas solistas do coração. Tenho essa playlist aqui com os KPops que costumo ouvir, que são ótimos para faxinar e dar aquela treinada na academia. Mas vou deixar aqui um vídeo de Mamamoo porque elas cantam absurdamente bem e são as mulheres mais lindas do mundo.
É pra ouvir
É Nóia Minha?: Sempre que tem Roleta do Unfollow eu fico muito animada, mas esse de agora tava com um gostinho TPM especial. Então, se você ainda não foi ouvir, se prepara que eu tô pistola nível 10 do créu. SOM NA CAIXA!
Calcinha Larga: Fingimos inteligência pra conversar com a jornalista e apresentadora Aline Midlej. Vai lá ouvir e depois me diz se enganamos bem.
PPKANSADA: As ppkers conversaram essa semana sobre recomeçar. Seja no trabalho, no relacionamento, na vida… Ouve lá!
Um beijo a todas e todos e todes
Última sexta de novembro, vocês acreditam? Ontem era fevereiro, gente… O mais doido é pensar que esse ano passou quase todo e fomos capazes, por mais uma semana, de entregar essa newsletter para vocês. Veio um sentimento de produtividade aqui, sabe? De eu trabalhei, eu entreguei!
Obrigada pra Sallve, que mais uma vez apoiou nossa associação. <3
E também lembrar que está rolando Sem Carisma Friday lá na Tangerina Moon! A camiseta Porta-Carisma está com desconto, de R$ 129,90 por R$ 80. E comprando as duas camisetas Sem Carisma, você ganha a nossa ecobag. Aproveita aí, vai.
Beijos, até semana que vem,
Nóix
obg Taize por representar a nação kpop no círculo da Camila, espero que não seja demitida. Vc tem ótimo gosto pra grupos e solistas!!! <3
Toda semana um alívio em forma de newsletter ♥