Associação dos Sem Carisma #179
Carisma de pai
Domingo é dia de celebrar ela, a figura paterna. Ah, os pais, homens destemidos que nos ensinaram os caminhos da vida (ou não), que nos prepararam para o mundo (ou não), que estiveram sempre ali, do lado, prontos para dar um abraço e palavras de carinho (ou não). Se tem uma coisa que define bem os pais, é a sua independência para resolver perrengue e o pouco carisma para pedir ajuda.
Em sua homenagem, pais, aqui vão algumas coisas de pai que nós amamos (ou não).
O engano
Era uma quarta-feira como qualquer outra, eu virava na Avenida Rebouças quando um chacoalhar de chaveiro chamou a minha atenção. A chave do meu carro nunca teve um chaveiro. Ao mesmo tempo em que olhava aquele penduricalho prateado balançar, procurava com a mão direita o carregador de celular que sempre uso no carro. Não encontrei nenhum fio, e pior, ao reparar no carro, estranhei a limpeza. Senti um frio na espinha por não reconhecer nada e, ao olhar para o banco de trás, avistei um guarda-chuva. QUEM É NOIER SABE QUE EU SOU CONTRA GUARDA-CHUVA.
Tentei me acalmar pensando que o Codré poderia muito bem ter comprado um guarda-chuva, e até, quem sabe, me presenteado com um chaveiro prateado e barulhento, mas quando abri o porta-luvas encontrei um segundo guarda-chuva e tive a assustadora certeza de que dirigia um carro que não era meu. Vocês vão saber mais detalhes dessa história no episódio do É Nóia Minha? com a Clarice Falcão e a Lela Brandão, que vai ao ar em umas duas semanas. Mas assim, a gente tá tudo maluco, vai dizer?
Só quero entender
Aconteceu um fenômeno essa semana que eu tô pensando nele até agora. Não foi nada importante, nada demais. Mas estou naquele estado de: "por quê? Qual o sentido disso?".
Acordei na quarta-feira e vi que tinham dois comentários de uma mesma pessoa em um post antigo sobre um livro. Já fiquei imaginando qual foi o impacto que essa leitura teve para ela ir atrás de um post de 2021 para despejar sua decepção. Porque para ela chegar nele, alguma pesquisa ela teve que fazer.
Veja um comentário:
Comentário normal, feito em um post normal (onde, abertamente, outras pessoas falaram que não curtiram o livro, então assim, não entendi o ponto dela aí, haha). Mas li isso e pensei: QUEM TE FEZ MAL, AMIGA? Porque né, me passou a impressão de que o negócio pegou tão forte nela, mexeu tanto no seu interior, que ela precisou espalhar essa palavra por aí. Mas o curioso nisso tudo não é só o comentário, o trabalho que ela teve para procurar esse post, ler as outras opiniões e deixar registrado que a personagem é "doente e perturbada". O mais curioso é que esse perfil é falso, feito apenas para isso. Sim: a pessoa teve todo o trabalho de criar um perfil novo, por nele um avatar de anime (nunca falha), procurar um post sobre o livro e deixar vários comentários nele falando basicamente a mesma coisa. Mulher (ou homem, vai saber)... Pra quê? Tivestes tanta coragem para dizer que não gostasse do livro… com uma conta fake?
Eu não fiquei puta com isso, pois não se refere a mim. Mas fiquei estarrecida com o quão longe as pessoas vão para provar um ponto, passar uma mensagem, por mais insignificante que ela seja. Em como elas se importam com coisas que sequer dizem respeito a elas, como uma reles personagem fictícia. O que despertou esse ódio? Será que ela não gosta da autora e está engajando uma cruzada individual contra a sua literatura? Será que ela tomou um ghosting (o livro é Copo vazio, da Natália Timerman), se sentiu ridícula e botou a culpa numa mulher que nem existe? Vai saber…
Engraçado que, ao dizer que uma personagem é "doente e perturbada", a pessoa cometeu o ato mais doente e perturbado que há na internet que é criar um perfil fake para postar coisas raivosas por aí. Pode ser que isso acalme o lobo da indignação que vive dentro dela, mas quer exemplo mais claro de gente que leva as coisas a sério demais (e se leva a sério demais) a ponto de perder tempo com… isso?
Cara, fiquei realmente curiosa. Se você for esse avatar de anime, minha DM tá aberta pra você explicar porque um livro te deixou com tanta raiva… Eu realmente quero saber a sua história porque eu preciso entender.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Aos fiscais do carboidrato e da vida alheia
Na última semana escrevi sobre o meu processo de finalmente começar um tratamento direcionado aos meus Transtornos Alimentares.
E a cada semana que passa, me sinto ainda mais segura para me abrir sobre isso também e compartilhar.
Faço isso com o propósito de que cada vez menos pessoas, especialmente mulheres, não passem por isso, e para as que passam não se sintam sozinhas.
A fim de acabar com pensamentos e falas gordofóbicas ou qualquer outro tipo de preconceito com relação ao NOSSO CORPO.
Incrivelmente, mesmo depois de dividir tanto, e de fazer parte desse movimento de aceitação do nosso corpo, entender o nosso biotipo, fazer as pazes com a comida e de cuidar da nossa cabecinha, ainda chegam pessoas com falta de bom senso até mim.
No início desta semana recebi o comentário de uma seguidora controlando a quantidade de carboidrato que eu como, KKKKK………
É, pasmem. Ou não, né.
Recebi esses micro comentários disfarçados de preocupação a minha vida toda. Comentários que parecem indefesos, aparentemente, para quem fala, mas que na cabeça de quem ouve é capaz de ativar os piores dos gatilhos.
Provavelmente esse depoimento, e mais esse texto, não vão blindar a gente de pessoas assim.
Mas que para quem lê e quem ouve, entenda que essa gente não merece um pingo da nossa preocupação.
E para quem fala, pense um pouquinho mais em manter a boquinha fechada, porque assim como a minha mãe dizia, boca fechada não entra mosca.
Ah, e mosca é proteína! RS
Eu quero uma vida de loira platinada
Mania de Limpeza
Nas últimas semanas, com a chegada das férias da faculdade na minha vida, notei que toda a energia mental que eu estava destinando para lidar com longas horas de aula e calouros muito animados acabou sendo direcionada para algo muito mais gostoso e satisfatório: a boa e velha faxina na casa.
Sinto certa dúvida ao afirmar que fazer faxina se tornou um hobby meu, pois nunca começo uma com o objetivo de me divertir, mas, sempre que faço, acabo aproveitando horrores e busco por novas formas de me divertir ainda mais. Esse surto começou logo no meu primeiro dia de férias, em que em vez de acordar tarde, sujar louça e simplesmente existir dentro de casa, acordei muito cedo para fazer os ladrilhos da cozinha brilharem e esterilizar a louça com água quente. Acho que a hipótese mais provável para eu ter acordado nesse ritmo e com objetivos tão específicos é de uma possível picada do mosquito da Ypê no meu braço de universitário cansado enquanto eu dormia.
Agora, sendo bem sincero aqui, apesar do processo de limpeza ser extremamente cansativo, demorado e parecido com uma prova de resistência de reality show, não há nada nesse mundo que se compare à sensação de uma casa limpa. É tão gostoso que se tornou viciante, e é aqui que esse simples evento de faxina se tornou uma mania de limpeza, porque, apesar de me sentir mais motivado para limpar, por buscar a sensação de casa limpa, sou extremamente desorganizado e perdido. Então, para que um apê de quarenta metros quadrados se torne um lugar inabitável na minha mão, é uma questão de, no máximo, dois dias vivendo como eu vivo deixando tudo fora do lugar. Esse fato me fez entrar em um looping de desinfetar e sujar extremamente acelerado, o que fez com que minha conta de luz e meu cartão de crédito sofressem um golpe devido ao uso excessivo do aspirador de pó para lugares sem muito pó e “investimentos” em detergentes que custam quase 20 reais, mas que prometem muito para as louças.
Por perceber essa minha mania de limpeza aumentando minhas nóias, assim como minhas faturas, decidi que estava na hora de definir melhor o dia para limpar a casa. Assim não preciso procurar motivos para limpá-la todos os dias. Ademais, como consequência desse objetivo, percebi que para sobreviver à minha desordem até chegar o dia agendado para a limpeza, vou precisar praticar a arte da organização com mais frequência. Ainda estou em fase de teste, mas já peço para que me desejem sorte nessa caminhada, na verdade, imploro!
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Chega uma idade em que todos nos perguntamos: será que viramos uns tiozões do zap? Chico Barney e Babu Carreira conversaram sobre isso com a Camila lá no É Nóia Minha?. Vai ouvir!
Também chega uma idade em que a gente se pergunta: como fazer amigos? Taize, Bertha e Isabela falaram sobre fazer amizades e mantê-las na vida adulta. Escuta aí!
Também chega aquela outra idade em que você sente que faz tudo sozinha e tem dificuldade de pedir ajuda. Esse episódio de Conselhos que você pediu é para você!
E também tem aquela outra idade em que, cansada de trabalhar, você traça o plano de se casar e ser dona de casa. A Taize avisou lá no Santa Reclamação de Cada Dia que não é bem assim.
E por aqui ficamos
E aí, gostaram da news de hoje? Então comenta, manda pra alguém, espalhe a palavra da nossa associação. Nós temos espaço para acolher mais gente — o carisma, nem tanto.
Esperamos que sua semana tenha sido boa, e que o seu fim de semana seja melhor ainda.
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
A leitura mais leve e relatable dessa semana, muito obrigada. E sobre o comentário da moça com perfil de anime kkkk será que ela criou aquela conta SÓ praquele comentário, ou pra tipos variados de desabafos na internet? Fica aí mais um questionamento. ¯\_(ツ)_/¯
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